Jornalista Fernando Brito chama o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "cínico" por anunciar seu pedido de abertura de inquérito ao STF contra Aécio Neves um dia antes de os jornais noticiarem que ele também pedirá investigação contra a presidente Dilma e o ex-presidente Lula; "A traição, a dissimulação pomposa e a perfídia são artes praticadas por mais que um temer", diz Brito.
Por Fernando Brito, do Tijolaço - Desde ontem, este blog está cantando a óbvia pedra.
O anúncio, feito por Rodrigo Janot, de que pedia uma investigação sobre Aécio Neves, é só uma cobertura (supostamente moral) para aquilo que era seu objetivo, finalmente exposto: abrir uma investigação sobre Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal.
Agora, pensam eles, está coberto um dos mais escandalosos furos do golpe: a derrubada de uma presidente que sequer era objeto de uma investigação.
E é claro que já está adrede combinada a aceitação do pedido.
Afinal, como ficam os vetustos senhores da Procuradoria e os vetustos ministros do Supremo assistindo, impávidos, o ladrão Eduardo Cunha e uma chusma de acusados que preenchem da primeira à última página do Código Penal derrubarem quem nem mesmo tinha qualquer acusação?
O o que será usado? Uma gravação, visivelmente fruto de uma armadilha, onde um rato desclassificado como Delcídio Amaral se viu aprisionado e que fio levado a construir com acusações a uma república e meia a chave para livrar-se.
Quem sabe até, como Cunha, consiga manter o mandato de senador. Nada mais me surpreende no Brasil.
Há gente que sabe que terá o beneplácito do governo de usurpação para destroçar, como cães famintos, os apeados do poder que, entre outros erros gravíssimos, os colocaram onde estão.
Assim, saciados em seus furores, com as mandíbulas manchadas de sangue, poderão vir se sentar, apascentados, aos pés dos seus novos senhores e ouvir o “quieto, junto, sit” sem perder seus ares de mastins.
A traição, a dissimulação pomposa e a perfídia são artes praticadas por mais que um temer.
O povo, sabido, sempre disse: queres conhecer um vilão? Põe-lhe na mão um bastão.
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