Governador do RN diz que massacre é 'retaliação' à rebelião em Manaus

O gvernador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, disse nesta terça-feira (17) em Brasília que o massacre na penitenciária de Nísia Floresta, que deixou 26 mortos no último fim de semana, foi uma "retaliação" à rebelião em Manaus, que ocorreu no começo do mês.
“Até hoje, nunca tinha havido um confronto dentro dos presídios entre PCC e Sindicato do Crime RN. Virou uma guerra. Começou no Amazonas, isso é uma retaliação. Essa briga não é do RN, é uma retaliação do que aconteceu no Amazonas, é uma vingança ao caso do Amazonas e aconteceu no meu estado, infelizmente”, lamentou o governador.

Em entrevista coletiva no domingo (15), o secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, havia afirmado que a rebelião no estado não tinha relação confirmada com os motins no Amazonas e em Roraima.
Robinson Faria foi a Brasília se reunir com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Ele disse que pediu ao ministro reforço de homens da Força Nacional no estado e envio de transporte aéreo para fazer a transferência de líderes da rebelião.

"Eu pedi ao ministro Alexandre de Moraes uma divisão especial da Força Nacional, a elite da Força Nacional, para casos extremos como a do Rio Grande do Norte. Pedi um avião para buscar [e transferir] presos. E, também, pedi uma colaboração técnica, a expertise que o governo federal tem nessa área para dar um subsídio ao estado. Porque precisamos de um auxílio, de uma consultoria nacional, que pode ajudar", explicou Robinson Faria.

Apesar de imagens, divulgadas pela GloboNews, mostrarem detentos em cima do telhado da penitenciária, Robinson Faria afirma que a situação "está dentro do controle". Ele minimizou o clima de tensão justificando que até o momento nenhum policial ou agente penitenciário foi morto no presídio.

"Estamos tentando evitar fugas, para que a sociedade não seja intimidada [...]. Os presos no telhado querem intimidar as autoridades, não podemos permitir que o estado seja intimidado [...] Agora, não podemos entrar lá e matar todo mundo, provocar um novo Carandiru", explicou Robinson Faria.

De acordo com o governador, seis líderes do PCC foram retirados de dentro do presídio e serão transferidos para penitenciárias federais do Nordeste.

"Tirando os líderes, a tendência é que o movimento se enfraqueça", afirmou.
Ameaças
Segundo o governador, líderes do PCC utilizaram agentes penitenciários para mandar recados ao governo do estado. Ele disse que os internos ameaçaram "tocar fogo" em Natal, se a polícia entrasse na penitenciária de Alcaçuz.

"Mas nós não nos intimidamos, tanto é que entramos lá e retiramos os líderes", frisou Robinson Faria, que precisou reforçar sua a segurança diante das ameaças.
A relação entre agentes, e até policiais, com presos está sendo investigada pelo serviço de inteligência do estado.

"Como eles tinham armas de fogo, aparelhos de engenharia para quebrar totalmente um presídio? Até a ala de segurança máxima foi quebrada. Não queremos acusar ninguém, mas precisamos investigar", declarou.

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