Denise Santos
Raul PereiraAlguns focos do mosquito foram encontrados nos veículos abandonados no Posto I da PRFCom a chegada da estação chuvosa, sempre aumentam as chances de uma epidemia de dengue na cidade. Só o esforço coletivo pode conter o avanço do mosquito Aedes aegypti. A história se repete todo ano. Os casos de dengue, que parecem adormecidos, controlados, reaparecem com força à medida que as chuvas caem. E qualquer local pode ser transformado em um criadouro do aedes aegypi. Nos postos da Polícia Rodoviária Federal, foi transformado num verdadeiro ferro-velho a céu aberto.
As dezenas de veículos e motos amontoados naqueles locais representam também uma séria ameaça à saúde da população mossoroense, já que o acúmulo de água no local tem favorecido o surgimento de focos de dengue e outros insetos perigosos que acabam invadindo casas próximas. O perigo é tão presente que a prefeitura precisa enviar agentes de endemias regularmente ao local para inspecionar os carros e dedetizar a área.
"A maioria dos veículos estão aqui há muito tempo. O funcionário responsável pela limpeza do Posto tem todo um cuidado de limpar esses veículos, pelo menos até onde ele alcança, já que existem vários locais que acumulam água sem que percebamos. Trata-se de um problema de toda a sociedade", disse um dos agentes do Posto I, que preferiu não ser identificado.
A reportagem deste CORREIO DA TARDE encontrou diversos focos de dengue nos veículos estacionados no Posto I da Polícia Rodoviária Federal em Mossoró, na saída para Natal. "Daí a importância de cada um fazer o seu papel. Qualquer local pode ser um criador do mosquito", alertou.
Para a coordenadora do programa de dengue da Vigilância Sanitária de Mossoró, Tereza Moreira, o maior perigo está dentro de casa. "O lavircida é um paliativo. O que falta mesmo é que cada cidadão tome consciência do seu papel no combate a dengue. Para se ter uma idéia 89% dos casos estão dentro das residências", preocupou-se.
Segundo Tereza as altas temperaturas e chuvas abundantes fazem o paraíso do Aedes aegypti. São as condições ideais para o mosquito se reproduzir. A água que enche o rio é a mesma que se acumula em pneus velhos, garrafas e todo tipo de objeto jogado nas ruas. "São nesses locais que as fêmeas fazem seu ninho. Em pouco tempo os ovos se transformam em larvas e, em seguida, em mosquitos. A chuva é o gatilho que dá início ao calvário de milhares de pessoas que são infectadas com o vírus em nossa cidade", revelou.
De acordo com Tereza, a situação é bem mais alarmante nos bairros periféricos. "É preciso chamar a atenção da população para o acondicionamento correto do lixo, tampar os depósitos de água parada e prestar atenção em tudo que acumula água. Se cada um fizer isso a tendência é que os índices baixem", convocou Tereza.
Tereza destaca que o trabalho desenvolvido pela prefeitura é constante e já conseguiu baixar os números de casos da doença em anos anteriores, mas que o descuido da população complicou o quadro esse ano.
"Primeiro foi feito um grande mapa de onde o problema era mais acentuado, paralelo a isso um raio-x das condições sociais dessas pessoas. Dentro desse panorama a vigilância conseguiu identificar que 90% dos focos estavam em tonéis que acumulavam água potável. Fomos a essas residências e trocamos esses tonéis por caixa d´água de 250 litros com tampa.
Além disso distribuímos tocas para tonel e para potes, com isso conseguimos reduzir consideravelmente o número de focos. Para se ter uma idéia mais de 3 mil tonéis e potes foram substituídos e 83 tanques destruídos, principalmente nos bairros mais carentes da cidade", informou "O problema é que quando voltamos a esses locais o problema se repetia e os focos já estavam feitos.
O uso do inseticida/lavircida Difrubenzoron tem sido um grande avanço já que o líquido colocado nas caixas d´agua provoca uma deficiência na larva impedindo que ele venha a se tornar um mosquito. "Esse inseticida tem sido um grande aliado no combate a dengue. A ação dele intensifica a eficácia do trabalho realizado por toda a nossa equipe", disse
Raul Pereira
Alguns focos do mosquito foram encontrados nos veículos abandonados no Posto I da PRF
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