Fabio Rodrigues Pozzebom_Agência Brasil
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro – quando foram invadidos e depredados os edifícios-sede dos três Poderes –, vai ser instalada nesta quinta-feira (25), às 9 horas, que, na prática, significa a escolha de presidente e relator.
Janela quebrada no Palácio do Planalto, um dos edifícios depredados, durante a invasão de 8 janeiro
Após a instalação, será eleito o presidente do colegiado, que reunirá 32 parlamentares titulares, sendo 16 senadores e 16 deputados, com igual número de suplentes. O colegiado foi criado no mês passado e terá 180 dias para investigar os atos de ação e omissão ocorridos nas sedes dos três Poderes e que culminaram na prisão de mais de mil pessoas, entre eles o ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal Anderson Torres.
A reunião de instalação deve ser presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), parlamentar de maior idade entre os integrantes.
Às vésperas da instalação da CPMI do 8 de Janeiro, senadores da base aliada têm se queixado do que consideram falta de articulação do governo para enfrentar os desgastes que poderão ser gerado pelos trabalhos no colegiado. Nesse cenário, parlamentares passaram a recusar a relatoria, e até mesmo a participar da comissão, alegando receio de ficaram expostos pela falta de estratégia do Palácio do Planalto.
A atuação do governo incomodou, por exemplo, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM), que foram relator e presidente da CPI da Covid, respectivamente. A presença deles era almejada pelo Executivo pela experiência de enfrentamento na outra comissão, que emparedou o governo Bolsonaro. Ambos foram cotados para a relatoria da CPI dos Ataques, mas avisaram aos seus partidos que não querem nem ser membros da comissão.
A oposição tentou se aproveitar do cenário e pegar a relatoria da CPI. A ideia era aproveitar que os partidos da base do Senado ainda não haviam feito as indicações para escolher o senador Esperidião Amin (PP-SC) para o posto.
Mesmo sem as indicações dos blocos governistas, a CPI já tinha o número mínimo que permitia sua instalação. A oposição chegou a marcar a data para terça-feira, mas os governistas resolveram destravar as indicações e desmontaram a estratégia.
Tribuna do Norte
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